domingo, 10 de junho de 2012

UNIVERSIDADE NÃO É PARA TODOS




Tenho um enorme número de argumentos que derrubam indubitavelmente a constitucionalidade da doação de vagas através de cotas raciais.Mas o que quero tratar aqui vem antes de quaisquer discussões sobre formas de discriminação social.

Antes de debatermos sobre quem tem o direito á cotas ou de que forma isto é determinado, proponho uma reanálise desta idéia de cotas- esta idéia de se "dar' Universidade a quem quer que seja .

O germe da idéia de cotas para Universidade é a questão da tão propalada "inclusão social".A inclusão social traz o conceito de cidadania plena ; entende que há grupos que não exerciam sua cidadania por serem marginalizados socio-economica-historicamente; tenta fazer com que estes grupos se tornem detentores de direitos e deveres que juntos completam o conceito .

É de fácil assimilação a idéia de que saude e educação fundamental sejam direito de todos - sem saude não há vida, e sem as ferramentas de apreensão dos meios de comunicação humanos (falar, escrever), não há vida social.

Já o ensino superior, assunto tratado pelas Universidades, não é nehum mecanismo fundamental nem utilitário para o viver pleno de ninguém.Para se ter uma visão óbvia disto, basta imaginarmos um país no qual todos fossem obrigados a ter ensino superior para ser considerados cidadãos...

A idéia de universidade traz em sí a idéia de uma ilha de excelencia. A sua importancia, finalidade e meio de sobrevivencia é o saber, e dele se alimenta para produzi-lo. É uma ilha, não por qualquer sentimento mundano de esnobismo ou de discriminação, mas como um mero fato da vida- apenas poucos tem uma capacidade intelectual para tanto e estão dispostos a isto (trazem em sí o "bichinho" do amor pelo saber).

Antecipando meu pedido de desculpas pela metáfora usada, explico que não achei nenhuma outra forma de descrever o que é o amor pelo saber - é mais ou menos como uma comichão na mente, que faz com que fique constantemente inquieta em relação a tudo que percebe ou tudo que cria, sempre querendo saber o que significa tudo e qualquer coisa.

Só os hipócritas negariam o fato de que há poucos assim.É uma verdade que faz parte do cotidiano de todos nós, nas nossas vidas escolares - a maioria quer sobreviver e ultrapassar aquele estágio de vida de estudante, para adentrar na sua vida "de verdade". Poucos, e rapidamente localizavéis, são aqueles que o tempo todo trazem o tal "bichinho". E qualquer um de nós é capaz de separar estes contaminados daqueles que pretendem meramente ostentar títulos.

A Universidade, não é pão para ser distribuida aos mais carentes (sejam eles quem forem), mas sim aqueles que estão capacitados para isto, que são SEMPRE OS MELHORES.

Não se quer numa Universidade aquele que consegue atingir uma nota média, mas sim aqueles que conseguem O MÁXIMO.Porque, repito, o máximo selecionará os melhores, e portanto, indicados para as vagas.

Qual o sentido de se dar uma vaga a alguem que não faz parte dos melhores?transforma-lo "por decreto", em algo que ele não é?

Temos que ddiferenciar o saber universitário de quaisquer outros tipos de ensino. Há que haver cursos profissionalizantes, sim, mas estes dispensam as universidades, posto que não demandam nenhum saber superior.

É possivel entendermos que tais cursos passem a dividir o status de direito social ao lado da saúde e do ensino fundamental - afinal, a sobrevivencia perpassa pela capacidade de se encontrar um meio de vida, um emprego, na sociedade em que vivemos.Mas nunca, jamais poderá ser confundido com o ensino feito por e para aqueles mais capazes.

Talvez o grande problema tenha sido a criação de cursos de cunho puramente pragmático, que exige habilidades menos intelectuais, no contexto das Universidades.Esta banalização do ensino superior é o que tem contribuido para assentar a idéia distorcida do que é uma Universidade.

 Tudo isto veio a desaguar numa disputa jurídica falaciosa, na qual se decidiu quem tem o direito de ganhar algo que não pode ser simplesmente dado, mas apenas assumido por aqueles capazes. Este descaminho apenas empobrece a produção de connhecimento e com isto, a maior riqueza de um povo : o seu saber.

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